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segunda-feira, 11 de maio de 2015

A casa do barco ( os sobreviventes ) - Parte 02

"Chega próximo, um pouco mais próximo, sinta, desfrute, mas jamais vire as costas, pois pode haver algo atrás de você."



Eu sabia que essa calmaria iria durar pouco.Uma hora ou outra iriamos ter de ir a casa do barco.Uma hora ou outra iriamos descobrir...
Depois de uma longa madrugada de remédios e chás calmantes, Freedie descansou solenemente. Na cabeceira de sua cama um rifle com um único pente, e mais duas facas que de tão brilhantes,
refletiam a luz do lampião em cima de um criado mudo.
Chawer maltratava rudemente um pedaço de madeira, com um ar de escultor de madeira misturado a um soldado alemão em alguma guerra, que matava e matava sem piedade,era ele naquele momento.
A casa era feita de troncos de madeira em horizontal entrelaçado a mais troncos, que por sua vez, fazia inexistente o uso de colunas. Junto a decoração de uma porta envelhecida com rodapés de pedras moldurando todo o solo de tábuas, que em dias de chuva, rangiam com um som que mais parecia um grasno do que um ranger.Uma velha lareira de pequenas pedras lisas, feita pelo pai dos irmãos que sempre os juntava próximo dali para contar-lhes histórias. Chawer tomou-se a lembrar de como era solitária a vida, sua mãe falecida de câncer, e seu pai sempre doente, mas que jamais abandonara o dever de transformar os dois filhos em homens fortes, assim ele costumava dizer. E que infelizmente morreu de uma parada cardíaca anos antes de sua mãe.

Sentado em uma cadeira de balanço, estranhamente iluminado pelo fogo da lareira. Chawer levanta para saber se está tudo bem do lado de fora. Se arma com sua velha pistola 9mm, olhando pela janela, observando friamente, mapeando cada pedaço que podia ver.
Logo em meio a névoa, uma grande sombra vai surgindo, não tinha aspectos de parecer uma pessoa, mas sim algo bem grande. Chawer logo destrava a arma, e já está pronto para atirar em qualquer coisa que cruzar a placa de nome "Residência Foster" (sobrenome herdado de sua falecida mãe), o único ponto fixo que se podia ver do lado externo , mesmo que, fosse apenas uma pequena silhueta.
Aquilo vai se aproximando, e a sombra vai ficando maior, parece que há um muro andando em direção a casa. O dedo já está no gatilho,  ele está pronto. É só dar o sinal, enxergar um único alvo, mesmo que os tiros acordassem o irmão que tinha alguns minutos de paz, era por um bem maior...
O som de algo batendo e arrastando a neve no chão, vai ficando cada vez mais seco, parando pouco a pouco, como se soubesse que havia alguém armado. Chawer sabe que está frente a frente com aquilo, mesmo se não desse para ver seu rosto ou corpo claramente. Mas ele o ouvia bufar, estava cansado, assim como seu irmão, assim como ele, o tempo naquela cidade arrancava sua juventude, destroçava suas forças dia após dia. Aquilo precisava de um tempo, um pouco para, reconsiderar. Chawer baixou a arma e aguardou, silenciosamente ele aceitou. Aquilo virou as costas, tomou distância e se afastou até sua sombra sumir em meio ao nevoeiro.

Tom Chawer estava quase fechando a porta, quando o som de passadas ecoa de volta , agora parece muitos pés, não era só um, agora , eram muitos. várias sombras aparecendo no nevoeiro, Tom não sabe para onde mirar, a sua mão se descontrola em meio a tudo.
-Por favor, nos ajude! Precisamos de ajuda
Tom baixa a arma e aguarda, entram 7 pessoas, Liz, Maggie,Madênia,Rob,Lecter,Ronnie e o ferido Tommy, deitado à uma maca improvisada com camisas, panos e dois bastões de madeira.
-Entrem rápido, há remédios na prateleira ao lado da lareira, andem depressa!
Lecter Humpt parece responder por todos, camisa de lenhador, longos cabelos castanhos claros, dois metros e um rosto quadrado, que esconde bem mais do que se pode ver.
Em um ar de extrema espontaneidade, Tom diz:
-Aê grandão!
Mordendo os lábios e franzindo o rosto, em um retruco seco.
-É Lecter...
-Tudo, bem, "Lecter", como chegaram até aqui? - Engolindo as palavras de senhor Humpt.
-Não soube?
-Soube do quê?
-Há algo na floresta, uma espécie de vírus, que ao contagiar um ser, o transforma em uma coisa que se parece a um lobo, mas, sabe, ah não da para explicar, é grande... Todos que encontraram isso foram mordidos e não estão vivos para saber, ou estão perdidos na floresta, ou bem você sabe, se transformaram...
-Oh nossa, eles mordem? - em um ar de ironia - nossa, é melhor pegar minha arma de faz de conta e você pegar seu tapete voador e juntos salvarmos o mundo. O que acha Aladdin? Ah vê se conta outra cara...
Lecter não foi com a cara de Tom, mas sabia que naquele momento precisava dele, seu irmão havia sido ferido por um desses monstros, e essa ironia realmente o deixou bravo.
- Aê "baixinho", eu não fui com a sua cara desde quanto pisei o pé aqui dentro, mas vou te dizer algo, meu irmão foi mordido por aquele troço, e está muito mal deitado ali, você têm certeza absoluta que diante de toda essa merda eu iria mentir? e a troco de quê?
- Então aquilo machucou seu irmão, e você o trás para cá? você mesmo disse que aquilo transforma em monstros ou algo do tipo, e VOCÊ O TRAZ AQUI???? Sabe o que eu acho? eu acho que você...-interrompido por seu irmão:
- Tom o que está havendo aqui?
- Joe? vá descansar mais, está tudo bem, esses são alguns sobreviventes do nevoeiro, vá dormir por favor, descanse. - de um modo bem insistente.
- Está tudo bem, eu estou melhor.

Tom encara Lecter por alguns minutos, depois vai para perto das garotas para tentar ser útil em alguma coisa. Joe se aproxima, olha pela janela , em um discurso, lembrando de tudo que havia ocorrido ali, ele diz:
- Foi naquela direção, a casa do barco, eu vi aqueles monstros, tinham olhos vermelhos, eu tremi por inteiro, fiquei totalmente sem reação, eu não podia, sabe... Eram enormes....
Lecter chega ao lado de Joe, põe a mão em seu ombro, enfim, um amigo naquela casa, alguém que ele podia contar, num gesto fraterno, ele lhe diz:
- Eu sei como é, sabe....Meu irmão está ali deitado, tudo culpa minha... Eu podia ter pego um machado e ter soltado ele dos dentes daquela coisa, mas eu não consegui, seus olhos, me gelaram de uma forma que não pude me mexer, pareciam olhos de medusa, eu fiquei paralisado. Vi ele brigando com aquilo até o momento que aquilo desistiu e fugiu. Éramos muitos,levados para longe,todos mortos, é difícil acreditar que isso aconteceu tão depressa, em minutos, a vila inteira estava em sangue, a mesma cor que me fez ficar paralisado, o mesmo medo, da mesma forma....
Agora Joe retribui o gesto fraterno, e passa sua mão sobre seu ombro, sorri e diz que tudo vai ficar bem.

Em sua frente, ao clima amigável que os dois criaram, havia uma sombra , observando tudo, uma alma descansada, um espírito esfomeado, os observando de longe, apenas esperando o momento, rindo de uma forma sombria, rindo em gargalhadas dadas em silêncio, assistindo apenas, dando passos curtos para trás, inclinando-se levemente, tocando o chão, sumindo pouco a pouco no meio do... nevoeiro....


Continua....



"dê uma bela olhada, ao seu redor, perceba o monstro que te observa no espelho criado por você mesmo."










Relato: O inferno na Igreja ( re-postagem com minhas palavras)

O relato é sobre uma experiência paranormal que tive durante um culto evangélico:
"Era noite de 2009 (durante o mês de outubro se não me falha a memória), aproximadamente sete horas.
O culto começara às oito, porém minha mãe preferia chegar uma hora antes para conversar com os "irmãos".
Enfim, era para ser um culto normal, senão fosse o padre começar o berro usando o nome de satanás tão alto que tive de tapar os ouvidos durante alguns momentos. Era engraçado para mim, pois não sigo religião alguma ( acredito na existência de Deus mas não o sigo com fervor, apenas acredito).
Quando me recordo até me dá arrepios, aquela cena foi totalmente de outro mundo. Me levantei para beber água no bebedor do lado de fora da vidraça que cercava a entrada da igreja. Me lembro de ter visto alguns mendigos que estavam pelas redondezas deitados pela rua, e um deles estranhamente tremendo-se por completo e recitando palavras bastante anormais, coisas que você não escuta alguém falar por aí e principalmente um mendigo:"O inferno irá subir hoje", "O fim dos tempos vai acontecer esta noite". E claro que fiquei um pouco chocado com tudo isso, afinal isso é um comportamento tão estranho e atípico, não concorda? realmente engoli a água com um pouco de dificuldade durante aquela cena.
Adentrei novamente e após saciar minha sede, retornei ao som que deixara-me com dores de cabeça.
O pastor continuara com com os gritos falando sobre o mesmo assunto "satanás". Lembro-me de ter olhado o relógio e ele estava com fuso horário atrasado e tive de ajeitar antes de entrar naquela igreja e seria meio impossível ele estar no mesmo horário que saí para beber água, bem, ele estava...
Entrei em um passo cambaleante, minha dor de cabeça aumentara e agora estava tonto. Sentei-me a uma distância considerável de onde se encontrara minha mãe, estava tonto e precisava sentar. Por um momento senti minhas forças se desvaírem de minhas pernas e braços. Atrás de mim, não dos lados ou a minha frente. Mas atrás. Senti um bufar no meu pescoço, e era estranho pois não me lembro de ter visto ninguém por aquelas cadeiras, sentei-me em um espaço onde estava vago, tinha poucas pessoas, mas elas estavam sentadas distante, eu estava sozinho ali. Se alguém entrasse ali e sentasse atrás de mim eu ouviria a porta ranger, mas isso não ocorreu, a porta era velha, mesmo assim sei que ninguém entrou, o que senti não era desse mundo. Era uma presença que produzia calafrios por toda minha pele. A voz do pastor passou a ser sussurros distante, e repentinamente as paredes começaram a ficar em chamas. As pessoas que se encontravam ao meu redor entre toda a igreja, desapareceram. As que permaneciam, estavam chorando e pedindo para Deus que os tirassem dali, daquele verdadeiro inferno que queimava e fazia todos sofrerem de uma forma que revelava-os os seu piores medos. Inacreditavelmente o pastor estara lá. Ajoelhado diante de luzes que diriam contrário ao que ele pedia "Aqui seu dinheiro não é aceito", alguém o chicoteava mas eu não conseguia ver seu rosto ou por que razão isso acontecia, eu apenas ficava pasmo com o sofrimento, de alguma forma eu também conseguia sentir e estava sendo massacrado pela minha própria visão. O ar quente atrás de mim só aumentara, agora meus pulmões enchiam de ar, um ar forçado pelo suspiro de medo. Apenas isso. Medo. "Aqui o único preço é pago com sua alma,meu amigo..."
As letras do letreiro voavam em direção a mim até chegar bem próximo e sumir no ar e levar toda a visão embora, e me mostrar as mãos de minha mãe me tocando no ombro e dizendo-me:
"Vou buscar o carro, fique atento para quando eu buzinar"
Quando cheguei em casa contei a história. Ela não pediu mais explicações. Apenas aceitou.
Jamais retornamos aquela igreja e por alguma razão que até hoje desconheço, o pastor se matou.















Repostei, mas é um relato real, tive apenas de modificar algumas parte o deixando 90% real, os outros 10% é para fazer correlação com tudo. Mas é um relato real.

domingo, 10 de maio de 2015

Relato: Inferno na Igreja

O relato é sobre uma experiência paranormal que tive durante um culto evangélico:
"Era noite de 2009 ( durante o mês de outubro se não me falho a memória), aproximadamente sete horas. O culto começara às oito, porém minha mãe preferia chegar uma hora antes para conversar com os "irmãos".
Enfim era para ser um culto normal, senão fosse o padre começar a berrar o nome de satanás tão alto, que ,para mim que estava apenas acompanhando minha mãe naquela noite tive de tapar os ouvidos durante alguns momentos. Era engraçado para mim, pois não sigo religião alguma, acredito na existência de Deus mas não o sigo com fervor. Apenas acredito.
Enfim ("Quando me recordo até me dá arrepios, aquela cena foi totalmente de outro mundo"), me levantei para beber água no bebedor do lado de fora do vidro que cercava a entrada da igreja. Me lembro de ter visto alguns mendigos que estavam ali deitado na rua, e um deles, tremendo-se completamente e dizendo frases estranhas do tipo: "O inferno vai subir hoje", "O fim dos tempos vai acontecer esta noite". Claro que achei estranho. Vejo mendigos sempre e sempre que posso eu os ajudo. Mas é atípico um comentário assim, não concorda? Apenas terminei de saciar minha sede e entrei novamente ao som que me deixava com dores de cabeça.
Eu devia ter passado uns nove minutos e tenho certeza que não cheguei a dez, mas com certeza absoluta que passou de cinco ( deixei claro para o fato que veio a seguir). Eu me lembro de ter ajustado meu relógio para o horário normal pois estava errado. Atrasado algumas horas. E me lembro tê-lo verificado pouco antes de ter ido tomar água. O estranho foi que...
Eu entrei e o pastor continuara seus gritos sobre satanás, mas o meu relógio havia parado e eu comecei a ficar tonto. Me sentei. Não do lado da minha mãe, mas, muitas cadeiras anteriores na parte onde a igreja estava um pouco mais vaga. Na verdade eu sentei ali pois precisei, estava muito tonto. Por um momento senti minhas forças desvaírem das minhas pernas e braços.
Atrás de mim, não dos lados ou pela frente. Mas atrás. Eu senti um bufar no pescoço. E me lembro bem de que não havia ninguém lá, e se alguém entrasse e sentasse ali, primeiramente, eu ouviria a porta que fazia som quando aberta. A voz do pastor passou a ser sussurros distante. As paredes da igreja começaram a pegar fogo. Os crentes que ali se encontravam chorando haviam ido embora e apenas alguns que estavam ali permaneceram no fogo. Eu vi o sofrimento de todos, vi suas pobres almas sofrendo e eles clamando o nome de Deus mas não em sinal de fé, mas pedindo por ajuda. Para que socorressem eles, e tirassem daquele verdadeiro inferno. Vi outras pessoas que sei que não estavam na igreja. O pastor estava lá também acredite ou não, estava sendo chicoteado, eu não consegui ver quem o fazia, mas consegui ouvir o som de sua pele sendo chicoteada e estava ao seu redor um rio de dinheiro. Um letreiro reluzente acima de sua cabeça, eu ainda me lembro do que passara o letreiro "Seu dinheiro não paga nada aqui, sua alma sim". Ele estava despido e chorando sangue, e gritava o nome não mais o de satanás , o de Jesus Cristo. Também pedindo por ajuda.
Depois senti algo cutucando o meu braço e a visão logo foi voltando ao normal e pude ver o que estava aqui no nosso plano terrestre. Era minha mãe dizendo que iria buscar o carro e que eu esperasse ela voltar. Jamais retornamos aquela igreja. Eu tinha dito a minha mãe a história e ela aceitou. Como eu digito agora e ainda sinto calafrios, lembro exatamente daquele ar quente nas minhas costas e também soube que o padre morreu uma semana depois.
Esse é o meu curto relato. Não vou dizer o nome da igreja por motivos éticos e nem o nome do pastor, mas ele cometeu suicídio e foi notícias nos jornais de minha região, eu não sei a razão.
 

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