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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

10 minutos - parte 2

E o mar agride violentamente a parte inferior do barco, fazendo-o balançar. As ondas se formam e fraquejam contra a madeira. O mar falava de forma espontânea, "Nós queremos você!"... "E você nos deve isso!"



- 7 minutos -






- Walter? Walter? Gostaria de se juntar aos marujos? - Logan Nay era seu nome, tão velho quanto comerciais de Coca-coca interpretados por Marilyn Monroe, beijando a garrafa com ternura para marujos novos como ele pudessem encher o bolso de seus empresários.
- Não, estou bem aqui. Obrigado. - Walter responde enquanto fita seus olhos no horizonte escuro. Nos seus dedos estão uma imagem de uma garotinha com rabo de cavalo nos cabelos cacheados, um tanto quanto esvoaçados. Pintinhas espalhadas pelo seu rosto. Fora nesta idade que se conheceram em uma fazenda de propriedade familiar à ela. Uma pergunta lhe ocorre pela cabeça, "Será que lá de cima, ela se lembra de mim?"
O vento soprava tão forte que parecia dizer "Sim", com uma ênfase no final que esticara até produzir calafrios em sua espinha, que subiam até o pescoço.

Sombras rolavam pela noite dentro daquele barco.

Iluminados à bombordo estavam os "Marujos Coca-cola"(já deve ter entendido o porquê desse nome, não é?), que gritavam e berravam jogando baralho e bebendo rum. Eles não pareciam se importar com o remexer do barco.
À estibordo haviam alguns recém chegados assim como Walter, jogando água que se acumulava na beira do barco e abaixo dos corrimões de alumínio, pelo qual já se encontrara totalmente inoxidável, um corte ali e certamente teria de amputar o braço(ou ele ficaria muito mal pelo tétano).
Alguns já se preparavam para atracar em Hettersonburg, mas para Walter a viagem acabara de começar.

No mar, além do oceano, ele ouvira...
"Walter? Walter? você está aí? Querido... Venha para mim, venha para mim..."
A aurora boreal sepultava aquela voz para um final não tão grandioso, mas um final de saudades.
Ele arremessara a foto dobrada em forma de avião.
"Voe minha amada... Salve-se, pois este mundo não é apropriado para você. E quando ele melhorar. Quando os pecados de fato não existirem e alguém estiver me perdoado pelos meus, você poderá voltar e eu estarei esperando-a."







Ele olhara pela janela do hospital enquanto o som simultâneo das máquinas de um paciente vizinho à seu quarto prosseguia e continuava. Apenas o som das enfermeiras machucando o solo liso daquele lugar parecia fazer algum sentido.

"Você não quer se lembrar disso, porquê? Ela lhe visitara durante seus sonhos? Me diga Walter, porquê se recusa a lembrar disso? talvez ela..." 
 






Continua...





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